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Marcas devem se posicionar social e politicamente?

  • Foto do escritor: Tiago Bicudo
    Tiago Bicudo
  • 4 de jun. de 2020
  • 3 min de leitura

Atualizado: 5 de jun. de 2020


Atualmente o mundo está de cabeça pra baixo e não é só pela pandemia. Os recentes acontecimentos de racismo nos EUA tomaram conta das pautas e posicionamento de pessoas. No Brasil, além da bandeira do racismo também há a discussão sobre o fascismo, liberdade de imprensa, liberdade de expressão e tantas outras. Com isso, as pessoas começaram a se posicionar e algumas marcas também. Já algumas marcas que não se posicionaram, viram seus clientes pedindo uma posição.

E aí, o que fazer?

Como marca, o mais importante é não trair seus princípios e propósitos. Se o propósito é mostrar igualdade entre as pessoas, por exemplo, o #Blacklivesmatter está em sintonia. Porém, há de se ter em mente que esses princípios e propósitos devem ser praticados no dia a dia da empresa e não apenas um quadro com essas frases de missão, visão e valores na área do cafezinho da empresa. O público sabe exatamente quando isso não passa de um oportunismo com um discurso vazio.

Quando se é um pequeno negócio, a tarefa não é simples e fica mais difícil ainda quando a marca lida diretamente com o público final. Pois a decisão não é apenas se posicionar como marca, mas sim no impacto das vendas e na sobrevivência do negócio, afinal, todo posicionamento tem suas consequências, para o bem e/ou para o mal.

Além disso, a marca deve entender a real necessidade de se posicionar. Por exemplo, se é uma empresa que trabalha com produtos naturais e sustentáveis, é necessário se posicionar nesta causa. Agora se é um restaurante de bairro, é necessário? Cabe ao proprietário decidir.

E é por isso que vemos o silêncio de algumas pequenas e médias empresas. O posicionamento é um risco muito alto, afinal, construir a reputação de uma marca é um processo que leva tempo, e para ser destruída, bastam alguns segundos. Mas é um risco que empresas grandes, como a Nike, podem correr. Afinal, é tudo muito bem calculado e planejado.

A Nike, já se posiciona há muito tempo sobre essas pautas sociais. E com um posicionamento sempre muito firme e contundente. Para exemplificar, relembro a campanha lançada em setembro de 2018 e estrelada por Colin Kaepernick (ex-jogador de futebol americano que foi o rosto do movimento de protesto que levou vários atletas a ajoelharem-se durante o hino dos Estados Unidos). Com esta campanha as ações da Nike na bolsa norte-americana despencaram 3,16% (algo em torno de 3 bilhões de dólares), pois clientes da marca lançaram um boicote que envolveu até a queima de tênis e peças de roupa nas primeiras 24h.



"Acredite em algo. Mesmo que isso signifique sacrificar tudo”
"Acredite em algo. Mesmo que isso signifique sacrificar tudo”

Porém, no mesmo período, a gigante americana recebeu mais de US$ 43 milhões em exposição de mídia, a maioria neutra ou positiva, segundo a Apex Marketing Group, além de um aumento em 31% em vendas. Isso compensou, e muito, o risco de afastar alguns clientes.

Esta campanha da Nike não foi pontual. A empresa consegue, faz tempo, transmitir um recado claro para o público: A marca tem atitude e está atenta aos temas mais sensíveis da atualidade.

Mas muita gente pensa: “Ah, mas é a Nike! Gigante e multinacional. É fácil uma empresa desse porte se posicionar, difícil é o negócio pequeno”. Eu acredito que muito da grandeza da Nike, se dá justamente pelo seu posicionamento. Foi isso que a fez sair de uma fabricante de tênis para atletismo a marca líder do mercado. E caso não se posicionasse, trairia seus valores e seu público. Não à toa, após os recentes acontecimentos com George Floyd em Minneapolis, a Nike logo se posicionou e foi seguida pela gigante alemã Adidas, sua maior concorrente, que ao invés de criar uma campanha, apoiou a campanha da gigante americana.


Enfim, não tenho a pretensão de dizer como as empresas devem trabalhar suas marcas, cada um sabe onde o calo aperta. Porém, não tenho dúvidas: Não importa o tamanho da sua marca, cada vez mais os consumidores desejam ATITUDES.

Assim, acredito que as empresas devem se posicionar em causas relevantes. E vou além, creio que devem ser cada vez mais transparentes e mostrar quem realmente são. E a escolha fica para o público.



Tiago Bicudo




Concorda? Tem uma opinião diferente? Comente aqui, será muito bem vindo.

2 bình luận


Depois do Deadline
Depois do Deadline
10 thg 6, 2020

Olá Lu! Hoje as marcas tem que entender que uma compra é um voto de confiança. E a confiança no produto é a ponta do iceberg de que tem por base a confiança na marca, na qualidade, na reputação, na ética e muitos outros aspectos que estão ligados a isso.

Thích

Luciane Diniz Britto
10 thg 6, 2020

Muito legal pensar em como o comportamento de compra das pessoas vêm mudando ao longo dos anos. Os consumidores estão cada vez mais atentos se as marcas que eles consomem estão de acordo com seus valores. Hoje em dia, não se trata somente de comprar um simples produto. O posicionamento da marca tem influência direta na decisão de compra final. Concordo com o que você escreveu: também acredito que as marcas devem se posicionar e deixar a decisão final para o cliente! Ótima reflexão!

Thích
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