Liderar é Permitir!

Os últimos 60 dias foram como se tivéssemos vivido 3 anos! O novo vírus chegou ao Brasil, mudou o curso, acelerou a inovação digital, provocou-nos a sair da zona de conforto e a tomar decisões rápidas, comuns até então apenas em países que vivem a Guerra.

Neste cenário, passamos a buscar justificativas para o que vinha acontecendo... fossem estas científicas, sociais ou divinas. Aos poucos aprendemos a viver um novo momento: o distanciamento social, reflexões sobre hábitos comuns de higiene, fechamento do comércio e a transferência de postos de trabalho do escritório para casa. O mundo parando!

A ideia não é explanar a questão social, e sim o aspecto corporativo, mais especificamente uma reflexão sobre gestão à distância a partir dessa nova dinâmica.

Surgem as especulações - o que será o novo normal?

Otimista por natureza, penso que o novo normal depende da forma como nos posicionamos hoje, em meio à crise. Depende de como lidamos com os cenários de pressão, solidão, volume de informações e opiniões. Quem souber lidar bem e se adaptar rapidamente, já está construindo o “seu” novo normal.

E, como parte integrante desse movimento, divido aqui um pouco da minha experiência e atuação quando tomamos a decisão de fazer a transição pra Home Office também, com um time de pouco mais de 500 pessoas. A primeira etapa foi vencida em 15 dias, quando 100% do time estava em casa, com seus equipamentos e recursos tecnológicos. Iniciamos, então o próximo passo, que depois de garantir a segurança das pessoas, considero o mais importante: a gestão e comunicação com o time.

Liderar é uma arte... e nos momentos de instabilidade é onde aparece de fato a diferença entre o líder e o chefe. Talvez um dos maiores desafios da gestão da pandemia seja não termos o olho no olho, o toque, a percepção se está cabisbaixo ou preocupado, se fez cara de dúvida ou não.

Como estar próximo, mesmo distante? Como auxiliar o time a liderar à distância? Como cascatear as informações sem o efeito “telefone sem fio”?

Começando pela empatia e autocrítica! Transcender a sala virtual, a mensagem de texto, a ligação de voz! Garantir clareza nas informações, falar em grupos, falar de forma individual, checar o entendimento, direcionar metas e responsabilidades, ter controles de acompanhamento. Não se aplica feedback ou se mede resultado, sem controles – o que é bem diferente de pressão e assédio.

Para garantir fluidez na comunicação, é preciso que o gestor cuide do time, tenha atenção ao uso de termos técnicos, seja paciente, esteja presente. O texto não leva tom de voz e sentimento, e os pequenos sinais devem ser observados: falta de resposta, tudo sempre ok, respostas desconexas, ausências prolongadas... na dúvida, passa a mão no telefone e liga! Facilita o entendimento e transforma as percepções.

Aprenda a largar as amarras, o passo mais importante é a confiança – base de todo bom relacionamento, e à distância, o exercício é maior.

Não teremos mais os mesmos modelos, é fato, por isso líder, dê autonomia ao seu time: delegue, acompanhe, compartilhe ações, preocupações e planos. Isso é desenvolver! Exercite o desapego, mas não abandone, cuidado com a armadilha!

Temos um papel importante como gestores – desenvolver pessoas!

Estar próximo não é uma questão de espaço, e sim de atitude.

Concorda? Tem uma opinião diferente?

Comente aqui, será muito bem vindo.

Flavia Dürre

Formada em Jornalismo, fã de esportes, mãe que joga vôlei nas horas vagas e apaixonada por pessoas! Construiu sua vida profissional com foco na Experiência do Cliente, com mais de 20 anos em gestão. Atraída pela inovação e transformação de modelos, motivada pelo novo. Gosta de provocar a equipe a pensar e atuar fora do padrão. Carreira pautada na transparência, empatia e diversidade. Tem como exercício e meta: Desenvolver e direcionar o time para seu sucesso, preparando-o para voos solos.